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quarta-feira, 28 de julho de 2010

A convite de Kassab, Kiko e Leandro, do KLB, viram candidatos

Como surgiu a ideia de entrar para política? Foi um convite? Vocês sempre tiveram essa vontade?

Leandro – Todos nós já exercemos política no dia-a-dia, quando o seu zelador pede melhorias para seu apartamento, por exemplo. O convite a nós foi feito pelo Kassab. Ele fez amizade com o Kiko e, então, começou a freqüentar a minha casa.

Kiko – Não tive o estalo de dizer: “vou pra política agora”. A política é o exercício básico da cidadania. Obviamente que obter um cargo público é diferente, precisa ser almejado, conquistado e cumprido.

Mas o que fez vocês, artistas, a optarem por essa carreira na política?
Kiko - Tem muitos artistas que vão para se aventurar. São uns débeis mentais. Política não é um lugar para brincar. Depois de dez anos de carreira, estabelecido profissional e financeiramente, eu não teria necessidade de ir pra política. Não sou contra artistas na política, até porque já sou um deles. Sou contra qualquer aventureiro, seja artista ou não. Esses dias eu vi um artista, candidato, falando que não sabia o que um deputado federal fazia porque ainda não tinha se reunido com o partido. Como é que é? Vai fazer o que lá então?

Leandro – o que motiva uma pessoa dessa a se expor?
Então, por que se candidatar? Não há o risco de não serem levados a sério pela mídia e pelo congresso, como acontece com alguns artistas que se candidatam?

Kiko - Há quase seis anos eu trabalho no combate à pedofilia. Há três, ajudo e participo da CPI da Pedofilia. Eu quero ir pra cima, quero pegar esses caras. Eu estou lá na CPI, mas eu não tenho cargo, então, não posso ser relator. Por isso, estou buscando esse cargo público. Acho que não vai rolar preconceito. Recebemos até uma menção de aplauso do Senado Federal brasileiro. O último que recebeu isso foi o Papa. O trabalho que faço na CPI já me credencia, não tenho que provar nada.

Depois de fazerem parte do Clube do Tucaninho, Kiko e Leandro se candidatam para a eleição

Sua bandeira será a luta contra a pedofilia?

Kiko – A luta contra a pedofilia é uma das causas que eu defendo, mas é óbvio que precisamos pensar em transporte, educação. Eu vou fazer tudo o que for possível para zelar pela instituição chamada família, que está se denegrindo. Eu tenho 31 anos, nunca coloquei uma gota de álcool na boca, nunca experimentei drogas, mas eu tive família. Esse é nosso objetivo na política, mostrar que se você tiver o pai e a mãe ao lado, você será vitorioso na vida.

O foco, então, é a família. Quais são os valores que precisam ser resgatados?

Kiko - Pedofilia e drogas são os itens que mais destroem a família.

Vocês estão concorrendo pelo DEM, que faz parte da aliança que lançou Serra à presidência. Vocês sempre foram democratas ou tucanos?

Leandro – Desde que eu me conheço por gente, simpatizo com o PSDB. A gente até fazia parte do clube dos tucaninhos, recebia em casa aqueles adesivos. Já fizemos a campanha do Serra, mas como artistas.

Kiko – Nosso partido está com o Serra e com o Alckmin (Geraldo Alckmin, candidato a governador em São Paulo pelo PSDB) e a gente acredita neles. Mas não me interessa em quem você vai votar. Ah, você vota na Dilma? A opção é de cada um. Se Deus colocar melhores intenções na cabeça da Dilma, que seja ela a nossa presidente. Eu apoio Serra, mas, neste caso, que vença a Dilma. E vice-versa.
Mesmo com a banda ativa, Kiko e Leandro dizem que querem “vencer no social”



Com nomes como o de vocês, o DEM tem buscado rejuvenescer um pouco...

Kiko - Na verdade, o DEM está com a imagem bagunçada.

Houve o caso do mensalão do DEM...

Kiko – Pois é...

A busca por uma nova imagem ganhou peso quando o deputado Indio da Costa (DEM) foi escolhido vice do Serra, depois de tanto problema na aliança entre ambos os partidos. O que vocês acharam da escolha?

Kiko - Achei de uma imbecilidade, patético.

Vocês conhecem o Indio?

Kiko - Não conheço. Patético foi a imposição do DEM, de goela abaixo. Pra que? Tudo bem que esse menino parece que tem boas intenções. É um cara novo. Tem 39 anos. Ele é novinho. Mas acredito no seguinte: o Serra tem uma aceitação boa no Sudeste e uma deficiência no Nordeste, onde o Lula tem grande aceitação. Já que era pra fazer isso, que colocassem um nordestino como vice, um cara que tivesse a visão das necessidades do Nordeste, não um carioca. O Lula fez um ótimo trabalho, mas deixou a desejar em muita coisa também. As pessoas falam “oposição”. Oposição coisa nenhuma. Vou ser contra o Serra, até contra meu irmão, se eles fizerem besteira. Posso ter fidelidade partidária, mas não sou um imbecil.

Os irmãos já são militantes na luta contra a pedofilia. Foto: Ricardo Matsukawa/Terra



Vocês têm um público jovem e feminino, na maioria. Elas te seguem, tiram fotos. Acha que essas fãs vão votar no Kiko e no Leandro só por ter o pôster de vocês na parede?

Kiko – Pode ser que sim. E tomara que aconteça isso (risos). Mas eu conversei em um fã-clube. Sentei dez minutos e falei com elas sobre política, sobre nossos objetivos.

Leandro – Não é só subir no palco, pegar o dinheiro, cantar a música e ir embora. Amo fazer isso, mas eu quero ser vitorioso no social também. Pedofilia é um dos crimes mais antigos e só veio à tona agora. Tem gente que entra nas drogas sem saber o que é. Não é “deixa ele cheirar e que se dane”. Pelo menos nós, que somos cristãos e acreditamos em Deus, sabemos como funciona a lei dele, devemos ajudar quem não é ajudado. Que comece por nós.

Você diz que gosta de fazer shows. Como vai ser a dupla rotina? Uma atividade não vai atrapalhar a outra?

Leandro – Não vai mudar absolutamente nada.

Kiko – Os shows acontecem, em sua maioria, de sexta, sábado e domingo. Nesses dias não acontece nada (na política).

O que vocês acham da juventude de agora?

Kiko - Infelizmente, existe uma geração hoje que não tem mais concerto, é lixo. É irreversível.

Por quê?

Kiko - É a geração consumida pelo crack. É uma geração na qual a droga já entrou de uma determinada maneira que não há clinica que recupere.

No novo trabalho, os papéis invertem: Kiko é quem toma frente. Foto: Marcio de Souza/Globo

Vocês já criaram o jingle?

Kiko - Vamos ter um jingle do Cid Guerreiro. Lembra dele? Ele fez um.

Achei que vocês iriam fazer o próprio jingle...

Kiko - Isso é para uma segunda etapa. Essa do Cid ficou boa, a gente mostrou para o Kassab e ele achou super legal. Mas pediu pra gente mais alguns “pra escolher com embasamento”. Vou lhe mostrar: tenho uma demo aqui. Vou colocar direito no chavão, porque eu não gosto da primeira parte do jingle (“pra ficar legal, meu voto é Kiko para deputado federal. Pra ficar legal, meu voto é Leandro para deputado estadual”).

Já começaram a campanha? Ouvi dizer que vocês visitaram postos de gasolina...

Kiko - Foi. A gente estava com o senador Magno Malta (PR-ES), presidente da CPI da pedofilia, e visitamos vários postos de gasolinas para distribuir folhetos.

De propaganda?

Kiko - Não. Sem foto, sem legenda. Na verdade, não foi uma campanha. Pegamos o carro e fomos para Limeira (interior de São Paulo). Paramos em todos os postos no caminho. Lá a gente ia ter todo o nosso público, comendo. Distribuímos folhetos sobre drogas e pedofilia. A receptividade foi ótima, o pessoal queria nos beijar...


Os irmãos já são militantes na luta contra a pedofilia. Foto: Ricardo Matsukawa/Terra



Pelo fato de vocês serem famosos?

Kiko - Primeiro sim, mas depois eles diziam: “vocês estão preocupados com meu filho!”. Aconteceu de uma senhora me abraçar, chorando. Ela disse que tinha 85 anos, que havia sido abusada aos 14, e que era a primeira vez que dizia isso a alguém... (pausa) ah, isso é barra. O cara que não tiver a sensibilidade com isso, é um imbecil.

Qual é o político exemplar para vocês? Quem vocês consideram um “professor”?

Kiko – O Magno Malta. A gente o conhece há anos. É amigo da família.

Ele foi a porta de entrada para política?

Kiko - Foi um incentivador. Ele é um senador de República, mas é um missionário. Ele que fez a lei sobre algemas eletrônicas também, além da CPI da Pedofilia.

Vocês são a favor da pena da morte?

Leandro - Deixa as leis de Deus pra eles.

Kiko - Eu não posso dizer isso, porque eu acho que Brasil não tem estrutura suficiente para julgar. Mas quanto ao pedófilo, eu sou a favor do inferno pra ele.

Fonte:Terra
Créditos: KLB Nordeste

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