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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Candidato a deputado federal, Kiko, do KLB, solta o verbo no iG/Babado

31 anos de idade, 10 de carreira musical ao lado de Leandro e Bruno e um novo desafio pela frente. Kiko, o irmão mais velho dentre os músicos do KLB, é candidato a deputado federal nas eleições que acontecem em outubro de 2010. Seu irmão Leandro também vai concorrer, mas para deputado estadual. “Tenho uma imagem, uma carreira, eu não precisaria da política. Preciso como cidadão, claro, mas acredito que tenho muito mais para oferecer do que para receber da política”, afirmou ele em entrevista exclusiva ao iG/Babado.

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Kiko na luta contra a pedofilia: “Existem dois tipos de gente: as que apoiam a causa e as que abusam de crianças”
Visando o combate à pedofilia, Kiko até altera a voz quando começa a falar do crime. Ele, que há quase três anos é membro da CPI da pedofilia, quer poder fazer algo mais, ter voz ativa, o que só seria possível se fosse eleito. “O Brasil não anda pra frente porque a certeza da impunidade é muito grande. Não importa nem o tamanho da pena. O que as pessoas teriam que ter é certeza da punição. A partir daí, mesmo que a pena fosse menor, a pessoa pensaria duas vezes antes de agir”, comentou. Kiko afirmou ainda que não pretende largar a carreira ao lado da banda, e sim seguir com as duas funções, em paralelo. Mas o fato de ter uma carreira artística tem gerado desconfiança e preconceito desde que ele anunciou a candidatura. “Nesses vinte dias desde que oficializei minha candidatura, tomei muita porrada. É muito fácil ficar na arquibancada recriminando, difícil é descer para a arena e lutar. Acredito nas pessoas que têm disponibilidade para isso. Eu sempre fui assim, guerreiro. Não tenho medo de nada. Não tenho medo de trabalhar, não tenho medo de desafio”. 

De onde surgiu esse interesse pela política?
Não é que surgiu um interesse. Despertou uma visão de oportunidade de poder fazer alguma coisa a mais do que já faço. Eu sempre recriminei os aventureiros, aquelas pessoas que se aventuram em uma coisa que não estão preparadas. Eu sempre fiz campanhas de “N” coisas. Desde o Mundo Jovem, o Hospital do Câncer de Barretos, sou um dos padrinhos nacionais do Proerd, que é um programa das drogas da polícia militar, e há quase três anos eu sou membro da CPI da Pedofilia. As pessoas ainda não sabem o que é pedofilia e vão continuar sem saber enquanto não tiverem a oportunidade. É um processo lento. Só a palavra pedofilia por si só, até pouco tempo atrás, era desconhecida de quase todos. Hoje, com tantos casos que vieram à tona na mídia porque a CPI começou a levantar, as coisas começaram a mudar, as pessoas começaram a assimilar. Geralmente quando você fala de pedofilia, a primeira coisa que vem à mente é um adulto, um homem, sei lá, tendo relação sexual com uma menina de seus 10, 11, 8 anos. O que não retrata cem por cento da realidade. O primeiro vídeo que a gente apreendeu dentro da CPI da Pedofilia foi um pediatra que se masturbava com uma mão e penetrava um menino de vinte dias com o cabo de um martelo. O que a gente já apreendeu são coisas nojentas, medonhas, casos que se tornaram emblemáticos, casos que não vieram à tona. Tenho acesso a todos os vídeos apreendidos pela CPI, faço parte da comissão, mas não tenho poder, porque não tenho cargo público, não tenho mandato, eu não posso assinar nada. Eu não posso ter voz ativa literalmente. A pedofilia hoje é um dos assuntos que mais destroem a família. Eu estou com 31 anos de idade, 10 de KLB, e durante esse tempo todo de vida e do grupo tive a oportunidade de vivenciar, ver, ouvir, saber e participar de muita coisa. Esse é meu momento de fazer alguma coisa e tentar agir. De preservar a família. E a gente fala assim ‘ah, político é tudo ladrão’. Mentira. A maioria dos políticos são bons e eu me atrevo a dizer isso. Porque você dizer isso num país que tem a política marginalizada como o Brasil, é perigoso. Mas eu me atrevo a dizer. Porque na verdade, como diz o ditado ‘pra que o mal se sobressaia, basta que o bem não faça nada’. O bem é omisso, o mal é ousado. A gente tem muita gente boa, muita gente bem intencionada. O que precisa é de gente que tenha mais pulso, pra dar porrada mesmo. Esses dias eu estava vendo umas pessoas que criticaram a gente e falaram ‘mas vocês têm uma imagem tão bem construída, há tantos anos, e vão sujar com a política’. Peraí, meu amigo! Eu tenho uma imagem que foi construída e eu não vou deixar que minha imagem se destrua porque estou entrando para a política. A minha imagem é essa. Sou a solução dos problemas? De jeito nenhum. Quem me dera eu fosse. Eu acredito que um soldado não ganha a guerra. Mas a partir do momento que um soldado começa a juntar e fazer um exército, a história começa a ser diferente. A ideia é essa. Tudo é possível e tudo é passível de mudanças se a gente tiver de fato boa vontade e atitude. Foi por isso que eu tomei essa iniciativa de cair pra esse meio agora.
Kiko: "Tenho muito mais para oferecer do que para receber da política"

Kiko: “Tenho muito mais para oferecer do que para receber da política”
Se você vencer as eleições, haverá mudanças ou separações no KLB?
O KLB permanece completamente preservado. O KLB é minha paixão, é minha vida. Foram conquistas de anos, anos e anos. De brigas, de batalhas diárias, noites sem dormir pra construir uma imagem, uma história. Isso é intocável e vai continuar. Eu estudei muito a possibilidade de caminhar, em paralelo, as duas coisas. E só tomei a decisão a partir do momento que eu vi que poderia. Sou idealista, sempre fui, nasci assim. O próprio KLB é uma ideologia minha que eu falei ‘eu vou, eu quero, eu consigo’. Tudo que me propus a fazer, graças a Deus, Ele abençoou, me deu a oportunidade de fazer. Eu fui um agraciado por Deus porque tive a espontaneidade de dizer ‘eu quero fazer’, ou ‘eu vou fazer’ e Ele me deu a oportunidade. Eu agarrei e fiz. A política é um novo passo.

Acha que a carreira e o sucesso de vocês, com milhares de fãs, vai influenciar no número de votos, independente de suas propostas?
Tem muito fã que fala isso. Eu não quero que você vote em mim porque você é fã do KLB. Eu quero que você pare, sente e escute o que eu tenho a dizer. E aí você me dê seu voto de confiança. Porque é o seguinte, não digo que será fácil me eleger, não. 130 mil votos não é nada fácil de conquistar. Eu espero fazer muito mais que isso, mas a gente sabe que a eleição é uma caixa de surpresas. Tudo pode acontecer. As pessoas devem saber que a gente é candidato. Esse é o primeiro passo. Segundo, saberem qual é nossa plataforma real, que é a defesa da família, e obviamente isso envolve um monte de coisa. Estou saindo de um meio onde não tenho rejeição. Não tenho, é zero. Pode ter gente que não gosta da música do KLB, não discuto, cada um tem seu gosto e isso é totalmente respeitável. Agora a gente não tem rejeição quanto à imagem. Nunca pus uma gota de álcool na boca, nunca fumei um cigarro, nunca usei nada de drogas. Pelo contrário, combato isso cotidianamente. Pra você ter ideia, sou tão extremista que no réveillon eu brindo com guaraná, não bebo nem champagne. Mas isso é por gosto mesmo. Não bebo porque não gosto. Mas eu não recrimino o cara que bebe. De jeito nenhum. Eu recrimino o vício.

O fato de seu público ser, em sua maioria, crianças e adolescentes te impulsionou para abraçar essa causa, essa luta contra a pedofilia?

Não acho que tenha sido por causa disso, até porque o público do KLB hoje não tem idade. Você vai ao show e não consegue dizer qual é a faixa etária. Metade é homem, metade é mulher, tem criança, tem adolescente, adulto, senhores, senhoras. Se eu ganhar, e quero ganhar, porque não gosto de perder nem em jogo de dominó, a primeira coisa que eu quero fazer é instaurar uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) de maus tratos, contra a criança e a mulher. A criança está sendo maltratada há muito tempo. Por que o Brasil está esquisito como está? Porque o adulto de hoje já foi uma criança maltratada. É pesado falar isso, mas tem uma faixa de pessoas que não tem mais recuperação de tão degradada que já está. Graças a Deus eu tenho uma vida consolidada profissionalmente, pessoalmente. Então chega um momento em que penso que não dá pra ficar só com isso, preciso fazer algo. Eu estou vendo a coisa degringolar, fugir ao controle. Podia ficar quieto, na minha casa, bonito. Mas peraí? É isso que eu quero como ser humano? Eu acredito que tendo um mandato eu posso fazer isso com uma ênfase maior. Você tem o poder de chegar na cara do cara e decidir. Essa é a diferença, esse é o grande barato. Poxa, tem um cara que não é meu amigo, mas é um conhecido que eu encontro direto, me trata superbem, mas eu tive que chamar de babaca. O (Kleber) Bambam, do “Big Brother”. O cara chegou, se candidatou, nem sei em que pé que está, se ele continuou ou não. Aí, os caras do “CQC” chegaram e falaram assim: “olha, você é candidato a deputado federal. O que faz um deputado federal?”. Ele falou assim: “eu não sei, porque a gente não teve as reuniões ainda e tal”. Meu amigo… Volta pro “Big Brother” e fica preso lá o resto da sua vida! Ou então não se aventura. É esso tipo de aventureiro que denigre. É a mesma coisa do político. Político vagabundo acaba com todo mundo. Me perdoe se eu estiver sendo muito rude, mas se eu vejo um cara desses, se for pra eu julgar, o que ele é? É um imbecil. Assim como tem muito político imbecil também.


Kiko com seus irmãos, Leandro e Bruno

Você falou sobre a violência contra a criança, o que você acha do projeto de lei que proíbe as palmadas?

Sinceramente, sei muito pouco dessa lei. Não sei exatamente o que ela abrange, quais as dimensões, o que ela de fato viria a punir e a recriminar. Uma coisa eu tenho convicção: eu apanhei quando pequeno e nem por isso virei menininha ou fiquei nervoso. Eu acho que é bom sim. Óbvio, uma coisa é você bater na criança nesse intuito, a palmadinha pra ensinar, educativa. Outra coisa é você espancar a criança. Ninguém é burro. Eu preciso até ler essa lei, porque quero ter conhecimento do que eles abrangeram ali, mas pelo o que eu ouvi dizer, é isso mesmo. Se você der uma palmada no seu filho e houver uma denúncia… é ridículo isso, é patético. Eu acho imbecil. Tem algumas questões que são polêmicas. Outro dia a menina chegou para mim e perguntou o que eu achava do aborto. Tem que legalizar ou não? Não, não tem que legalizar! Mas você é contra o aborto? Não! É a favor? Não! Ah, você tá em cima do muro? Não! Cada caso é um caso. É comprovado cientificamente que a criança traz geneticamente parte da índole do pai e da mãe. Então, você pega um assassino, um maníaco, desgraçado, vagabundo, que botou o filho na sua barriga. Eu acho que tem que deixar a mãe julgar nesses casos. Nos casos normais, não. Não vai legalizar, senão vira palhaçada. A molecada aí hoje em dia vai tirar um filho atrás do outro. É um ser vivo que está ali, uma pessoa. Só que nesses casos a decisão tem que ficar com a mãe. Até porque, por mais que seja um ladrão, vagabundo, psicopata, um lixo, ainda assim a mãe, quando tirar, vai sentir um alívio por um lado, mas vai se culpar o resto da vida. Ela se autopune. Não precisa punir, mas você não pode proibir que ela tenha a oportunidade de dizer “pelo amor de Deus, eu não quis esse filho, não tenho nada a ver com esse cara”.

Pensando no futuro, até onde você pretende chegar na política? Presidência, talvez?

Não acredito. Por um único motivo. Na verdade, o poder legislativo me fascina. O executivo me apavora. Eu não sou um cara que me vejo como um bom administrador. É o tal do lance do aventureiro. Digamos que hoje eu tivesse uma penetração tal que as pessoas acreditassem em mim, eu saísse a governador e tivesse uma probabilidade de ganhar. Eu não sairia. De forma alguma. Prefeito, presidente, jamais. Eu não tenho sensibilidade administrativa. Já o legislativo eu gosto. Que é onde você bota pra cima mesmo, é onde você vai fazer a lei. Isso me fascina. Por quê? Ah, você quer glória? Não quero! Glória já tive bastante, graças a Deus, e quero continuar tendo com o KLB. O resto eu quero, simplesmente, ajudar. Quero ser um ajudante, um missionário do bem.
Kiko: "A maioria dos políticos são bons e eu me atrevo a dizer isso"
Kiko: “A maioria dos políticos são bons e eu me atrevo a dizer isso”
Fonte: Babado
Creditos: Planet KLB

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